Aqui é exposta a poética individual de Emily Petit - fundadora, designer e artista do Studio Tiempo.
Por meio desta poética, é possível ver o mundo por meio das lentes pela qual a artista enxerga a arte, expressa suas vivências e chegou até aqui.
Fique à vontade.
Emily Petit • Vídeo por Vitor Ribas
"Eu sou poeta. Antes de tudo, meu olhar é poesia. Não adianta.
Eu gosto é de transbordar. Gota por gota.
Há quem fuja dos seus sentires, seus sons, suas formas, suas cores, das palavras não ditas. Pra mim, desatino, alucinação.
Viver transpassa, perfura, penetra o outro (sentir é explorar, aprofundar e se permitir criar intimidade com esta relação). E não é que tem gente que sente mais?
Ser artista dói, mas é uma delícia. Ô delícia.
A arte não é constante, geométrica, previsível, linear, matemática.
A arte é um rizoma - parece superficial, mas não é; parece frágil, mas não é; parece confusa, ilegível, desorganizada, mas não é. Não há centro, nem começo, nem fim.
E eu é que não vou ficar parada.
Expressar o que se sente é pegar o cru, aquele esboço despretensioso, e transformar em algo inspirador, que tenha a capacidade de emocionar.
E nisso de emocionar, despertar a malícia naqueles que flutuam na mais confortável das certezas; e trazer conforto aos maliciosos que se afogam no mar revolto do protesto.
Como a arte é maleável, pode ocupar o menor dos espaços, tímida, ou vibrar alto no badalar do maior dos sinos.
É isso. O expandir e recolher tão presente em toda a natureza é tão artístico quanto o nosso pulmão. Para ser arte, é só inspirar e expirar.
Respirar e abrir os olhos. Abra os olhos. De novo.”
Emily Petit • Fotos por Fabio Moreira
“Eu, desde sempre, senti que era capaz de observar acontecimentos cotidianos através de lentes mais sensíveis, mais poéticas.
Este olhar sutil me conduziu, naturalmente, para o desenho, a pintura e a escultura, num primeiro momento. 
Em seguida, fui fisgada pelas músicas que já amava e pela vontade de aprendê-las. Assim, me tornei violonista e cantora aos 6 anos de idade.
E sou até hoje, todos os dias, com tudo o que há em mim.
Com o passar do tempo, frequentemente, meus professores e mestres eram surpreendidos com a intimidade que eu criava, rapidamente, com o que me era proposto no âmbito artístico, acerca do que envolvia sensibilidade.
Mais tarde, os poemas e a escrita se transformaram em uma face importante da minha identidade. Eu sempre gostei de escrever. Hoje, é interessante observar as transformações que a minha escrita sofreu com o passar dos anos, claro, assim como eu.
Já a minha vida profissional foi iniciada de forma tumultuada, precoce e com pouca clareza sobre mim e sobre o mundo.
E, conforme este cenário foi ganhando nitidez, eu fui entendendo o que já não cabia mais e nunca foi a única opção.
Eu não podia sacrificar minha poesia. Ao sacrificar minha poesia, eu estaria sacrificando à mim. E isso é, cada vez mais, inalienável, inegociável.
O Studio Tiempo é a minha certeza, minha submersão, meu mergulhar, meu alívio, meu alento. E é só o começo."
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